Voltamos a Tutóia, almoçamos um peixe pedra
assado (maravilhoso!) e às 16:00h saímos em direção a Paulino Neves.
50 Km de estrada de barro com alguns
trechos com bancos de areia não compactada, mas tudo normal.
Atravessamos uns 5 riachos enquanto outros 4 tinham velhas pontes de madeira.
Às 18:00h em Paulino Neves, procuramos por Pedro Enésio, proprietário de uma Toyota
Bandeirante Longa, que fazia o trajeto entre Paulino e Barreirinhas.
Ele seria nosso guia pois a trilha agora mudaria para melhor: dunas e trechos
completamente atoláveis (morrarias, como chamado pelos nativos).
Foram 3 horas apenas em 1ª e 2ª marchas. A reduzida somente foi usada para sair de
atoladas.
Uma delas foi muito forte, e tivemos que ser rebocados pela Band.
Na verdade a própria Band foi a causadora do atoleiro: como somente elas dominam a
área, a bitola deixada nas morrarias é muito alta, e o Grand Vitarinha praticamente
ficou suspenso no ar.
Não dava para sair do caminho; a mata era fechada, sem espaço para manobras.
Era acelerar o máximo nas retas e rezar nas curvas, a questão era não perder muita
tração, e sair da curva prontos para mais bitola alta.
Às 21:30 chegamos em Barreirinhas, após 60Km de morrarias, e 2 atoladas.
Encontramos poucos turistas e pousadas vazias.
Ficamos esta noite na pousada Lins.
Quarto com ar/televisão/banheiro por R$ 34,00.
Saímos para jantar uma peixada deliciosa, e conhecer um pouco da bela cidade de
Barreirinhas, banhada pelo Rio Preguiça.
Falando no rio, fomos dormir para acordar as 9:00.
Contratamos o guia Fernando "Maduro", um moleque de 19 anos que nos iria
levar aos lençóis.
Atravessamos o Rio Preguiça de balsa e começamos novamente a usar a 1ª e 2ª
marchas. Tiveram trechos que deu para passar até a 4ª.
Dunas, morrarias, galhos arranhando o Vitarinha, e "Maduro" foi contando
alguns causos (nenhum deles comprovadamente confirmados):
"Da primeira vez que um famoso piloto de Fórmula 1 esteve aqui, testando
alguns Trollers, me chamaram para acompanhar a trilha. Quando ele (o piloto) soube que um
guia iria, me dispensou, dizendo que já tinha um tal de GPS. Acabou que ele se perdeu e
eu abri a boca no mundo quando uma TV veio fazer uma matéria aqui. Pena que só passou
nas TVs a cabo."
"Este ano ele esteve aqui novamente e de moto. Em uma cerimônia noturna, perguntaram
porque ele não sentava, ele abaixou as calças e mostrou a bunda toda vermelha. Ainda
rola um processo contra ele aqui na cidade por causa disso."
Deixando as fofocas de lado, já estávamos próximos de chegar às dunas, após mais
uma atolada, lógico.
Desta vez uma Band parou para ajudar e também ficou, coitada.
Cada equipe cuidou do seu carro e logo estávamos nas dunas.
Demos umas voltas em algumas delas e logo chegamos à Lagoa Azul, um grande lago no
meio das dunas formado por águas de chuva.
Água geladíssima.
Aproveitamos para tomar outra geladíssima.
Muita, mas muita areia, e mais vento ainda.
Boca fechada e olhos entreabertos, senão o carro fica mais pesado para a volta.
Agora sei porque no deserto se usa aqueles lençóis enrolados em volta do rosto.
Voltamos a cidade e às 13:00h saímos de volta para São Luís, desta vez pelo caminho
oficial: pelas cidades de Urbano Santos e Vargem Grande.