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Reminiscências: Minha primeira Bocaina!

Alvaro M. A. Teixeira de Melo

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Corria o ano da graça de 1989. O Off-Road havia entrado em minha vida e dos meus filhos e estávamos numa fase em que deixando as motos estávamos numa gostosa lua de mel com os jipes. Já tínhamos tido um M-38, um CJ-5, uma Band longa e estávamos naquela ocasião com uma F-75, uma Belina 4x4 e duas Bands, uma curta fechada, 88 (Demolidora) e uma 80, curta, de lona, queixo duro (Gemedeira).

Nosso grupo era muito coeso e vivíamos inventando novas transas off-road para ocupar nossos fins de semana. Depois de muitas "demarques" nosso amigo Paulinho (Paulo Proença Gomes, hoje em Brasília) conseguiu junto à administração do Parque Nacional autorização para entrarmos lá com 6 jipes, para o que teve que fornecer placas dos veículos e nomes dos responsáveis.


Sexta-feira antes da partida. Estacionamento do Tijuca Off-Shoping.  Em primeiro plano o CJ5 do Trovão seguido pelo Gaiola. Por trás a Band do Alvaro.
Tudo certo, partimos para os preparativos. Afinal seria um fim de semana comum e assim precisaríamos estar organizados para curtir tudo o que tínhamos direito! Combinados partir na noite de sexta-feira para dormirmos em Bananal de onde partiríamos na manhã de sábado. Em 3 ou 4 grupos separados, o pessoal foi partindo no rumo combinado. No nosso grupo, que partiu do bairro da Tijuca, estava um casal num Gaiola que acabou aceitando a gentil oferta de reboque feita por um jipeiro apelidado "Jacaré" que enquanto esperava a partida tomava um chopp atrás do outro.
Nessa época poucos de nós usavam rádios PX e assim o comboio seguia mantendo o ritmo no visual meio prejudicado pela escuridão noturna.

Assim, nada percebemos até chegarmos à Barra Mansa, onde o casal do Gaiola insistiu em se desligar do rebocador (o Jacaré tinha um CJ-5 77 com motor de Opala) e nos confidenciou à parte que o nosso amigo, devidamente calibrado pelos vários chopps que tomara, fazia ultrapassagens sobre caminhões e carretas esquecendo que o Gaiola vinha atrelado e acabava tirando perigosas "finas" dos pneus dos caminhões, enquanto seus motoristas faziam soar aquelas potentes buzinas à ar à guisa de protesto ou advertência. E nós achando que aquelas buzinas eram saudações alegres... A mulher, que ficava sentada do lado direito do Gaiola disse que já sabia até distinguir as marcas dos pneus dos caminhões pelo cheiro, tão perto eles passavam de seu rosto!!

Após uma breve parada em Barra Mansa, onde o Jacaré aproveitou para tomar mais uns tragos, seguimos para Bananal. No comboio formado, o jipe do Jacaré seguia na nossa frente e, livre do peso do Gaiola, acelerava com disposição, enquanto fazia umas curvas esquisitas para terror de seus dois caronas (estes dentro do jipe) e preocupação nossa que saibamos do seu estado. Ao nos aproximarmos de Bananal, a menos de 200m do posto policial uma curva suave para a esquerda contornava um pequeno barranco sobre o qual havia uma placa "Bem-vindo a Bananal". Nosso amigo que no momento tentava acender um cigarro (segundo seus caronas) não fez a curva, subindo com as rodas da direita no barranco e derrubando a placa de boas-vindas! O jipe ficou parado numa inclinação absurda e acho que só não capotou porque seu chassis agarrou no barranco. Os caronas saltaram pela porta de cima enquanto nós parávamos logo atrás e corríamos para ajudar. Ao chegarmos perto, o Jacaré botou a cabeça para fora com um cigarro nos lábios e perguntou: "- Alguém tem fogo aí...?" Enquanto ele se inclinava para fazer a pergunta, a bagagem que se deslocara no acidente aproveitou para desembarcar, passando por trás da cabeça inclinada e caindo no asfalto...!!!

O Jipe foi puxado para trás e seu cardã teve que ser recolocado, pois com a escalada ele simplesmente caiu fora assustado... Depois dos reparos entramos finalmente em Bananal e fomos para a Pousada onde havíamos feito as reservas. Já eram 3h da madrugada e combináramos levantar às 6 para sair às 7h. Várias pessoas que não haviam feito reservas, dormiram no coreto e o Jacaré dormiu com a parte do tronco numa calçada e as pernas na rua... Mal dormidos e ainda estremunhados levantamos às 6h em ponto e fomos nos reunir ao grupo.


Manhã de sábado em Bananal. Desalento e frustração ao descobrirmos que o único posto local não dispunha de combustível para saciar a sede de nossos jipes.
Descobrimos que dos seis jipes autorizados a entrar no parque, éramos 18! Como íamos entrar pelos fundos do parque, deixamos esse problema para ser resolvido no devido momento. Naquela hora tínhamos dois mais urgentes a resolver:
1º) O posto de gasolina local não dispunha do combustível necessário para abastecer nossos jipes. Teríamos que esperar até às 8h, quando uma cooperativa localizada fora da cidade abria e poderia então nos fornecer gasolina e diesel.
2º) O mais desagradável: chamar o Jacaré às falas. Naturalmente meus cabelos grisalhos fizeram minha inclusão automática no grupo de "cardeais" que tiveram que chamar o sedento jipeiro para um papo reservado. Seu apelido, a partir desse passeio passou a ser "Velho Barreiro"...

Enquanto sérios e concisos puxávamos as orelhas do Jacaré/Barreiro, formou-se uma longa fila de jipeiros saindo de um terreno baldio murado que havia quase em frente. Cada um tinha nas mãos alguma coisa que à princípio não me chamou a atenção mas com a chegada de um senhor trajando um pijama amassado e empunhando uma escova de dentes suja que gritava: "- Eu vi! Estou vendo! Vocês estão roubando as peças do meu Jeep!" Pior: era verdade! Alguém xeretou dentro do terreno e descobriu um CJ-5 "abandonado" e simplesmente resolveu, junto com outros espertos fazer um estoque de sobressalentes.

O cidadão de pijama demonstrou ter boa visão e melhor memória: nomeou cada espertinho e o que havia apanhado. "- Desculpe, pensamos que estivesse abandonado..." E assim a longa fila se inverteu, trazendo de volta os itens listados pelo indignado proprietário. Acho que se ele esqueceu algum item, dançou! Mas não me aprofundei nesse assunto na época e não vai ser agora que vou revirar as recordações em busca de um fantasma.

Finalmente, jipes abastecidos, ovelhas negras advertidas e tropa reunida, partimos para Arapeí, por onde iniciamos nossa entrada no parque. Não sei se ainda está assim, mas fizemos uma loooonga subida em 1ª reduzida por sobre um solo muito pedregoso, onde aprendi dolorosamente a não andar com os polegares para dentro dos raios do volante e descobri também que minha felicidade futura estaria numa direção hidráulica, artigo necessário a aplacar uma bursite que atacava meu ombro esquerdo.
A idade do Condor estava chegando...

Já em Arapeí, o comboio despede-se do calçamento por quase dois dias. Em destaque a Band "Demolidora".
Para permitir a passagem do comboio por uma erosão intransponível, tivemos que lançar mão de mão-de-obra infantil-dependente (quase escrava). Da esq. p/dir., André, filho do Sérgio Guedes. No buraco, empunhando ferramentas, Márcio meu caçula e Gustavo, filho do Zé Roberto. Em 2º plano, ao alto de costas e sem camisa, Fábio meu outro filho e finalmente em 1º plano o Rodrigo, também filho do Zé Roberto. (Esse menino viria a ser assassinado anos depois, numa frustrada tentativa de roubarem seu carro, causando grande consternação à nação jipeira-carioca, já que ele era nosso "mascote" nas trilhas e reuniões). Balizado por uma estaca, o experiente Zé Roberto (precursor do uso do guincho elétrico em nosso meio) passa o obstáculo, abrindo caminho para os demais.

Ficou fácil, tão fácil que o "piloto" desta Band se entusiasmou e quase decola na pedra...

Depois de escapar de ficar estampado por um pneu de carreta na pista da Dutra, o Gaiola se solta na trilha e passa sobrando nas dificuldades.

Nesta subida, aprendi a dar valor a uma direção hidráulica e a não ficar dando sopa com os polegares...

A passagem neste "túnel" aberto de pedra é um visual clássico da Serra da Bocaina. Já vi fotos dessas em mais de uma revista.

Na foto, atrás dos meus filhos Fábio e Márcio, o Chicão, sócio n.º 001 do Jeep Clube - RJ e seu primeiro presidente.
Dores à parte, os visuais cada vez mais translumbrantes! Os riachos de águas muito cristalinas convidavam a nos banharmos. De repente, chega um recado: parar o comboio porque o jipe do Jacaré Tresloucado havia soltado a transmissão. Esse fantasma, nos acompanhou pelo resto do dia. De hora em hora tínhamos que parar longamente para esperar o conserto do jipe. Como tudo era novidade e estava um dia quente, aquele convite ao banho acabou sendo aceito por vários.

Outros, mais cansados, aproveitavam para tirar um cochilo e outros ainda mais entusiasmados encontravam sempre um desafio off-road para superar. Enfim, diversão para todos os gostos...

Os visuais são incríveis. Só quem já esteve na Bocaina sabe que não adianta ver fotos. Nunca conseguem traduzir completamente a realidade...

As constantes paradas no entanto, acabaram por nos impedir de ter tempo para visitarmos a cachoeira São Isidro, pela qual passamos muito perto, cruzando o rio que em seguida se precipita nessa queda.


Esse foi o último obstáculo antes de chegarmos na entrada do Parque e foi superado já com a noite se instalando. As águas não estavam muito altas, mas mesmo assim a travessia noturna proporcionou algumas emoções, especialmente quando foi a vez do Gaiola que além de ameaçar flutuar, ainda soltou as bagagens e lá se foram mochilas, isopor e outros objetos mais ou menos flutuantes. Tivemos que correr rio adentro para alcançar as bagagens dos amigos que desalentados e semi-submersos dentro do Gaiola assistiam impotentes a malandragem das águas rapineiras...
Nico e sua Band atravessando o rio cuja seqüência forma a cachoeira São Isidro.
Jeep(57) Vovô dos irmãos Kyrillos. Está na família há mais de 30 anos e chegou a correr o Rally Rota do Sol mais de uma vez. Reparem que ele está puxando uma carretinha.
Desta vez o valente Gaiola deixou furo! Além de quase boiar, tossiu, engasgou e deixou saírem boiando as bagagens dos seus donos. Foi preciso a ajuda do grupo para as bagagens não irem mergulhar na cachoeira...

O guarda do Parque não gostou de nos ver chegar às suas costas. Esperava que viéssemos por São José do Barreiro e não por dentro do Parque. Os seis jipes esperados também tinham se triplicado e as explicações sempre esbarravam na sua intransigência mal-humorada. Finalmente, após longas e penosas negociações, fechamos um acordo. A parte do grupo que era constituída só por adultos acamparia fora da entrada do Parque e a outra parte, com crianças e mulheres ficariam dentro, junto à casa da Administração estranhamente vazia e abandonada. Pelo menos tínhamos banheiro e água corrente.Organizados finalmente, nosso grupo entregou-se a brincadeiras, confraternização, churrasquinho, etc., etc., mas logo o cansaço venceu a turma e rapidamente acabamos nas barracas para dormir. Este campista inexperiente, achou que seria prudente emborcar seus sapatos e de seus filhos e acabamos sendo os únicos que não tiveram seus calçados encharcados pela chuva que caiu de noite. Acordei às 4h e não encontrando mais posição para ficar deitado, levantei-me às 4h30 e fui andar longe das barracas para não incomodar os dorminhocos.

O amanhecer daquele dia, foi um momento mágico na minha vida. Os cheiros da mata molhada. O pisar na suavidade da caruma dos pinheiros. A luz coada pelos galhos dos pinheiros chegando em pequenos feixes até o chão. A paz reinante e o despertar da vida, os primeiros pássaros e insetos diurnos se apresentando para mais um dia de suas curtas ou longas existências, tudo isso adquiriu uma dimensão impossível de alcançar numa cidade ou qualquer outro lugar mais movimentado. Na verdade, nada que possa dizer ainda será suficiente para descrever o indescritível. Fico por aqui!

Lá pelas 7h, todo mundo já acordado, nosso grupo se dividiu em três. Uma parte, mais apressada para chegar ao Rio seguiu para São José do Barreiro para alcançar a Dutra e voltar, levando junto o Velho Barreiro, cujo jipe indigno de confiança teria mais chances de sucesso na Dutra do que nos acompanhando pelo resto do dia.
Para quem nunca foi ao Parque Nacional da Serra da Bocaina, um visual da entrada, vista de dentro.
Manhã de domingo, o despertar do acampamento. Usamos a casa apenas como apoio de água e banheiro.

Outro grupo, mais despachado e sem crianças queria partir logo e assim nos separamos, ficando junto praticamente nosso grupinho original, que organizara o passeio. Nosso companheiro Luís/Trovão, meticuloso e asseado, levou mais de uma hora depois que já estávamos prontos para limpar sua barraca de dois quartos, salões, varandas e dependências, consumindo diversos itens de limpeza além da nossa paciência...

Tudo pronto, carros arrumados, pé na estrada rumo a Cunha.

Finalmente prontos, partimos virando na direção oposta de São José do Barreiro, rumo a Macacos e Cunha.
Passamos quase o dia todo nesse trajeto, parando para ver ruínas, cachoeiras, além do ponto culminante da Bocaina Paulista de onde, em dias claros vê-se o litoral. Como o tempo estava nublado restou-nos acreditar, dada a ausência de provas em contrário.


Parada para uma clássica foto nas ruínas. Da esq. p/dir., de pé Sérgio Guedes com Teresa sua mulher e Taíssa, sua filha, Trovão, Alvaro e Márcio. Agachados: Larissa, Paulinho e Zé Roberto.
Outra parada clássica. O ponto culminante da Serra, mais de 2 mil metros de altitude. Na foto, atacando de flanelinha, o Márcio.
Na entrada de Macacos o encontro com o velho guerreiro, abandonado à beira do caminho.
Chegamos em Cunha à tardinha e enquanto fazíamos os procedimentos de praxe (xixi, cafezinho, água, etc. ...) apareceu um cidadão que já andara nos rondando na praça local. Ele estava num Chevette com a mulher grávida e passando mal e não tinha condição nem coragem de descer sozinho para Paraty. Pediu se podia nos acompanhar. A solidariedade jipeira foi unânime: Claro! Venha conosco!
Reparem na foto, em primeiro plano o Chevette verde que incorporamos ao nosso comboio.

E lá fomos nós serra abaixo e começando a chover. O lamaçal só não estava mais difícil porque estávamos descendo. Mesmo assim tivemos que socorrer uma Kombi que gastara toda a gasolina patinando na subida e quase no fim havia enguiçado de pane seca. Enquanto descíamos a coisa foi tranqüila, mas logo que atingimos um trecho plano o Chevette atolou. Antes que seu dono pudesse sair, já havia uma Toyota de frente para o carro dele e vários cabos de aço e cintas sendo esticados para resgatá-lo, o que foi feito rápida e eficientemente. Logo chegamos ao asfalto, onde nosso protegido se despediu agradecido e entramos em Paraty para o último lanche antes da volta.
Previsão confirmada: O Chevette atolou. Reparem na quantidade de gente em volta da Band que já havia manobrado e encostado de frente!!
Em Paraty, última foto do grupo, onde predomina o elemento infanto-juvenil.
Boa parte dessa turma já conquistou um "canudo" e constituiu família. Coisas da vida...
Já eram 20h de domingo, chovia e ainda estávamos em Paraty, sendo que a maioria de nós tinha trabalho ou aulas na manhã seguinte. Para agilizar a volta, resolvemos que os dois CJ-5 mais antigos (6 cilindros) voltariam rebocados e assim o Jeep do Trovão foi atrelado à minha Band e o do Paulinho à Band do Gary.
Era a primeira vez que eu faria um trajeto tão longo rebocando um jipe. Tudo pronto, saímos para a estrada e iniciamos a longa volta. Nossa média estava na faixa de 80/90 km/h, bastante alta considerando as pistas da Rio-Santos, à noite e na chuva. O cansaço só não nos derrubou por completo porque a adrenalina não permitia. Uma breve parada num posto por volta de Mangaratiba não chegou a quebrar o ritmo da viagem e seguimos na nossa velocidade de cruzeiro. Na Band, comigo, meu filho Márcio dormia tranquilamente e no Jeep que eu rebocava meu outro filho Fábio fazia companhia para o Trovão.
Nossa Band, com o Jeep do Trovão já atrelado pelo towbar, prontos para o último percurso.

Quando ultrapassamos Muriqui e cruzamos o túnel rumo à Itacuruçá um susto grande. Descendo embalado a uns 90 km/h percebi ao iniciar uma longa curva para a esquerda que o jipe estava empurrando a traseira da Band para fora da estrada (direita). Acuado pela situação inesperada só me restou uma solução puxada do fundo da razão (a emoção pedia pé cravado no freio...) acelerar, acelerar forte! O jipe ainda ameaçou um movimento pendular, mas o aumento de torque despejado nas rodas puxou-o para frente e enfrentou sua indisciplina. Daí para frente, o comboio reduziu um pouco a velocidade e entramos no Rio sem maiores problemas. Nosso amigo Paulinho, o bom de cama, tinha uma prancha de compensado que atravessava sobre os pára-lamas traseiros de seu CJ-5 e desde Paraty dormia enrolado como um caracol, enquanto seu filho Gustavo dormia no banco dianteiro. Não viveram as emoções que o Gary proporcionou-lhes na viagem, nem quando cruzou a Praça da Bandeira, às 2h da madrugada, ignorando um carro que vinha em velocidade e esquecendo o acréscimo do jipe atrelado à sua Band...

Acordado na última parada do grupo, defronte à UERJ, no Maracanã, levantou-se lépido e bem disposto com se tivesse dormido numa "suíte imperial master ultra-plus-superior" enquanto o resto do grupo sonhava com uma semana de férias para recuperar o cansaço acumulado desde 6ª feira... Da minha parte, uns dois ou três dias alternando estados letárgicos com um desempenho digno de um zumbi, acabei voltando ao normal e sem qualquer arrependimento. O passeio valeu cada momento de cansaço e desconforto decorrentes. Sabem aquela sensação de "quero mais"? Pois é...

Abração geral,

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