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E o universo ficou mais verde-amarelo

Grace Suzuki
30/06/2002

Tudo começou tímido, meio mão-no-bolso, com cara de "vamos ver no que é que dá".
Poucos acreditaram, achando milagre aqueles meninos, a maioria ainda nos vinte e poucos anos viajarem para o outro lado do mundo para correr atrás de um objeto redondo que tantos brasileiros conhecem mesmo antes de nascer. Libertação da alma, do grito contido há tanto tempo, de soltar a alegria e do perder a voz. É hora de ver um povo inteiro que roeu as unhas, chorou, se descabelou e acordou em plena madrugada, comemorar a vitória que esses meninos souberam conquistar.

Fica a lição do mestre Felipão, ou "Big Phil", que é hora de acreditar que um bom trabalho pode e deve ser feito pelo coração. É hora de expor a alma, de saber equilibrar a seriedade para buscar a serenidade que só uma grande vitória é capaz de trazer. É a vitória de quem começou carrancudo, com mais cara de vizinho chato, mas que se descobriu ser a cada dia, um belo e bonachudo "paizão". Que hoje falou ao mundo de alma lavada, mostrando que o esporte não precisa de terno e muito menos de discurso. Só não vai poder reclamar mesmo quando o filho o chamar de "penta"...
A esse povo tão sofrido, que esquece as piores amarguras para ficar colado na fé desses meninos, que rezou todo junto e segurou as lágrimas até ser dado o último segundo até o apito final, o merecido grito da quinta estrela no céu que hoje é amarelo.

Começo a achar mesmo que Deus é brasileiro. Dizem que foi o vento que desviou a bola do famoso chute de Ronaldinho Gaúcho que garantiu o segundo gol contra a empáfida Inglaterra. A pesada chuva só foi cair quando a taça realmente era nossa. O jogo foi na terra do povo amarelo, na grama verde sob o céu azul. Fez brilhar o branco da bola como puro reflexo do sorriso exposto de tantos Ronaldos, Cafús, Robertos, Rivaldos, Marcos, Denílsons, Ricardos, Gilbertos, Roques, Edmilsons, Emersons, Didas, Bellettis, Andersons, Klebersons, Vampetas, Juninhos, Edílsons, Luizões, Rogérios, Kakás e Felipões. Que hoje ajudaram o país a envergar um sentimento que há tempos estava tão distante: a do orgulho de ser brasileiro.

Jipeiros como nós conhecem o sabor de mais uma dura trilha vencida. Sabem o que é sair meio capenga, com gente tirando sarro, achando que a gente "vai passar por isso aí". Não tem nada mais bonito do que acreditar que dá e ouvir o coração a mil por hora ao olhar para trás e saber que tinha razão.
Afinal, jipeiro adora barro, cheiro de mato. Tem grama, tem céu azul. Hoje a lama está mais amarela e o nosso sorriso, nunca foi mais branco. Graças a vocês, meninos do Brasil.

Nós, do Universo Off-Road, dedicamos essas poucas palavras a esses maravilhosos guerreiros, sabendo que nenhuma delas é capaz de traduzir um décimo da alegria que eles nos proporcionaram. Sabemos que hoje até o universo é pequeno demais para tanta emoção.

Valeu, Brasil!

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