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Por Rebeca Kritsch PEIXOTO DE AZEVEDO - O verdadeiro carro popular brasileiro é produzido no norte de Mato Grosso. Custa entre R$ 4 mil e R$ 6 mil, dependendo do modelo, é movido a diesel e roda de 10 a 15 quilômetros por litro. Foi batizado com o simpático nome de paco-paco, pelo barulho que faz.
A tecnologia é simples. Sobre o chassi de uma caminhonete velha, eles instalam um motor estacionário, usado em máquinas agrícolas e nas áreas de garimpo. "A mecânica fica original do chassi", explica Voos. Podem ser os restos de uma C-10 ou de uma F-100. O sucesso do paco-paco nas duas cidades foi imediato. Havia garimpo na região e muita gente passou a improvisar os veículos com os motores estacionários que sobravam por ali. O garimpo acabou, mas os paco-pacos ficaram. Hoje, são usados para transportar madeira.
Graff estima que circulam entre Peixoto de Azevedo e Matupá cerca de 600 paco-pacos. Hoje, além deles, existe somente mais uma oficina produzindo o automóvel na cidade. Mas os dois gaúchos têm fama de fazer os modelos mais bonitos. Até aos pedaçosHá nas ruas todos os tipos de paco-pacos. Caprichados na pintura, de cabine aberta, com o motor à mostra, caindo aos pedaços.
O mais barato, na verdade. Aquele que anda, no máximo, a 50 km/h. É desses que se vê aos montes nas duas cidades. Quando se tem o azar de ficar atrás de um deles no trânsito, só resta mesmo apreciar os detalhes e a criatividade das nossas "montadoras" em Mato Grosso. Extraído do jornal O Estado de São Paulo |
Domingo, 7 de novembro de 1999 |
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